Mosta de Fotografia e Autores —
— Lisboa 2025
Nota de imprensa
A fotografia marca a agenda da cidade neste mês de Setembro, com a inauguração de doze exposições de autores, emergentes ou consagrados, na 3ª edição da Mostra de Fotografia e Autores – MFA Lisboa. Venha juntar-se a esta festa da fotografia e conhecer os seus autores.
Logo no primeiro sábado, dia 6 de Setembro, às 12h00, pode ter um cheirinho do que aí vem no Mercado da Ribeira, onde telas de grande formato apresentam fotografias de cada uma das exposições.
Às 19h00 rume à Galeria Imago. É lá que inaugura República, o mais recente trabalho de António Pedrosa, que se desvia da sua linguagem visual habitual, mais directa: aqui, as imagens têm parco contexto temporal e espacial. Os retratos a preto e branco, de grande definição, obtidos com uma câmara de grande formato, contrastam com fotografias de chão e flores, a cores e muito pixelizadas, de uma câmara digital de primeira geração. A exposição resulta de uma parceria com a Galeria da Estação, de Braga, e tem curadoria de Noora Mänty.
Na porta ao lado, na CC11@Imago, Brava, de Pedro Rocha, é um projecto premiado na Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira que regista a festa brava para além da arena. Mais do que a corrida, são os instantes que a antecedem e sucedem que revelam identidades.
No domingo, dia 7, os Jardins do Bombarda são palco para quatro inaugurações, às 16h00, e contam com a presença dos autores e/ou curadores.
O singular espaço do Pavilhão de Segurança (Panóptico) foi o escolhido para começar a matar saudades de Eduardo Gageiro. Em Passos em Volta, Valter Vinagre reuniu cerca de 70 fotografias do espólio da Câmara de Torres Vedras com uma vertente menos evidente da obra de Gageiro – imagens que, partindo do registo directo da realidade, abrem espaço a leituras mais amplas, sociais, políticas e culturais, que marcaram o tempo em que foram realizadas. As visitas estão sujeitas a inscrição em www.cc11.eu e www.largoresidencias.com.
Blessed Ground, de Ricardo Lopes, com curadoria de António Pedrosa, é um poderoso ensaio visual que foi o vencedor da 1ª edição do Prémio CC11 Fotografia e que será lançado em catálogo nesta inauguração. Em 2024, o fotógrafo acompanhou o impacto da extracção industrial de ouro em comunidades rurais de Moçambique. Com as terras agrícolas destruídas e contaminadas, as populações viraram-se para o pouco rentável e igualmente poluente garimpo manual, enfrentando a pobreza e o crescente sentimento de um futuro comprometido.
Almas em Cura, com curadoria de José Soudo, apresenta doze painéis com reproduções de imagens do século XIX e início de XX do acervo fotográfico do antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda. A psiquiatria de então procurava apreender a doença mental através do corpo e da expressão, sendo a fotografia dos pacientes uma ferramenta de análise. A exposição convida a um olhar crítico e empático, atento à humanidade dos retratados, e lembra também a urgência de preservar este precioso acervo.
Cante, de Ana Baião, com curadoria de António Pedro Ferreira e João Mariano, mostra o trabalho de uma década em que Ana Baião percorreu o Alentejo, escutando com a câmara a voz lenta e colectiva do cante, património imaterial da humanidade.
Na semana seguinte, na quarta-feira 10 de Setembro, duas novas exposições no Mercado de Campo de Ourique, com inauguração às 18h00.
Na loja 26, A Fabulosa Máquina de Fazer Parar o Tempo, de João Paulo Barrinha, é uma exposição que resulta da sua plataforma de produção Walking Camera Project, em que o acto fotográfico é encarado como performance, recorrendo à fotografia à la minute.
Nas bancas 8 e 9, Natureza (Re)Construída, de Sandra Teixeira, é uma reflexão sobre a natureza e os seus ciclos de transformação. Folha, luz e papel confundem-se num diálogo subtil entre o efémero e o perene.
A partir de quinta-feira, 11, nos pavilhões da Mitra, mais três grandes exposições a não perder, de inauguração marcada para as 18h00.
A galeria Adorna, do quarteirão de Miguel Bombarda, no Porto, apresenta o olhar de 33 artistas sobre o acto artístico enquanto reflexão sobre a nossa própria existência. Da Representação à Auto-Representação funde o acervo da Adorna com a colecção pessoal da fundadora e curadora desta colectiva: Estefânia r.
JAMAIKA, de José Sarmento Matos, com curadoria de Magda Pinto, numa parceria com a Leica Gallery do Porto, reúne fotografia e filme e faz um retrato íntimo de uma comunidade racializada e marginalizada – o Bairro da Jamaica, no Fogueteiro, Seixal. Hoje, com os edifícios demolidos e as famílias realojadas, permanece o sentido de partilha e de pertença, que resistiu ao tempo.
Em Tristesse, Paulo Alexandrino transpõe para um espaço expositivo as 37 fotografias do seu livro com o mesmo nome. Distantes da fotografia editorial da sua actividade profissional, estas imagens, afastadas de um contexto informativo óbvio, convidam à introspecção do receptor, que fará a sua interpretação conforme a latitude do seu próprio pensamento e imaginação visual.
Na quarta, dia 17 de Setembro, a fechar com chave de ouro o ciclo de inaugurações, inaugura às 18h00, na Casa da Imprensa, Monochrome 50, de Fernando Negreira. Nesta que é a sua primeira mostra individual, o fotógrafo escolheu, não fotos da sua carreira de 50 anos de fotojornalismo, mas uma selecção de imagens, captadas entre 1975 e 1980, que são uma espécie de diário pessoal, paralelo ao seu trabalho quotidiano nos jornais, com os temas que o fascinam.
Nesta edição, a MFA Lisboa concentrou as exposições em seis locais de edições passadas – Jardins do Bombarda, Galeria Imago, espaço CC11@Imago, Casa da Imprensa e mercados da Ribeira e de Campo de Ourique –, acrescentando-lhes dois novos espaços marcantes: o Pavilhão de Segurança (Panóptico) do Miguel Bombarda e os pavilhões da Mitra.